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Lutero retirou sete livros da Bíblia?

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Se você costuma acompanhar os debates entre evangélicos e papistas, já deve ter se enjoado de ler o argumento mentiroso e repetido à exaustão pelos apologistas romanos, de que “Lutero mutilou a Bíblia”, porque ele “retirou sete livros dela”. Tais caluniadores, que nunca leram obra nenhuma de Lutero e muito menos de história da Igreja, geralmente argumentam com base em dois aspectos:

• Lutero mutilou a Bíblia porque ele retirou livros canônicos da Septuaginta.

• Lutero mutilou a Bíblia porque ele rejeitou as decisões do Concílio de Hipona (393) e do de Cartago (397).

A primeira acusação já foi completamente refutada em meu artigo recente sobre a lenda do "cânon alexandrino", onde eu provo que jamais existiu qualquer “cânon” alexandrino, e se não existia um cânon alexandrino então Lutero não retirou coisa nenhuma. O que os catoleigos inventaram sob o nome de “cânon alexandrino” na verdade se refere à Septuaginta (LXX), que não era um cânon próprio, mas apenas uma coleção de livros que incluía – mas não se limitava a – livros sagrados.

O que deita por terra de uma vez com o ridículo argumento papista em torno do argumento da Septuaginta é que a Septuaginta continha livros não-canônicos para a Igreja Romana, como mostrei em meu artigo anterior. Por mais que alguns sites católicos embusteiros administrados por fanfarrões sem caráter e totalmente obscenos escondam este fato, muitos sites católicos menos desonestos admitem isso, como por exemplo o site "A Bíblia", que afirma:

“A versão dos Setenta, todavia, contém também livros que não entraram nem no cânon da igreja [romana] nem naquele dos judeus. São eles: primeiro livro de Esdras, terceiro e quarto livro dos Macabeus, o salmo 151, odes e oração de Manassés e Salmos de Salomão”[1]

Até o site apologético católico Veritatis, muito acostumado a propagar mentiras, desta vez reconhece:

“É importante notar que o conjunto de livros da Septuaginta é bem maior do que qualquer versão do AT disponível nas Bíblias Católica, Ortodoxa e Protestante”[2]

No catálogo de livros da LXX disponibilizado pelo Veritatis, constam os livros apócrifos de 1ª Esdras (equivalente ao 3ª Esdras da Vulgata), 2ª Macabeus, 3ª Macabeus, Odes de Salomão e Salmos de Salomão. Eles omitem o Salmo 151 e a Oração de Manassés, mas pelo menos admitem que há vários livros presentes na LXX e que não estão no cânon da Igreja Romana. Portanto, se Lutero “mutilou” a Bíblia por não ter considerado canônicos certos livros presentes na LXX, então a Igreja Romana também “mutilou” a Bíblia, pela mesma razão.

Os papistas só se salvam da acusação de “mutilação” se eles passarem a atribuir canonicidade a todos os livros da LXX (o que eles nunca farão). De outra forma, estarão admitindo que o fato de um livro estar na LXX não implica que o mesmo seja canônico, ou seja, estarão colocando em prática o mesmo princípio óbvio que Lutero e os protestantes sempre souberam. Então para o lixo este argumento medíocre.

Mas e quanto ao segundo argumento?

O segundo parece menos idiota do que o primeiro, porque aparentemente a lista de Hipona e Cartago corresponde exatamente à lista do Concílio de Trento (1545-1563). Aparentemente. Isso porque, embora a lista de livros seja a mesma, os livros em si se diferem. Quando o Concílio de Trento declarou canônicos os livros de 1ª e 2ª Esdras, ele estava usando como padrão a Vulgata de Jerônimo, onde 1ª Esdras equivale ao Esdras da Bíblia protestante, e 2ª Esdras equivale ao Neemias. Mas quando esses dois concílios do norte da África declararam os livros de 1ª e 2ª Esdras canônicos, eles usavam como referência a Antiga Vulgata, na qual 1ª Esdras era um apócrifo equivalente ao 3ª Esdras da Vulgata de Jerônimo (livro não-canônico para os romanos), e 2ª Esdras era o equivalente aos livros canônicos de Esdras e Neemias.

Quando os concílios de Hipona e Cartago foram realizados, ainda no final do século IV, a Vulgata de Jerônimo sequer estava concluída. Ela só foi concluída no início do século V. Como aqueles dois concílios poderiam usar a Vulgata de Jerônimo, se a Vulgata nem existia? E mesmo se já existisse, nenhuma versão ganhava autoridade em toda a igreja de um dia para o outro. Isso era fruto de um processo que levava tempo, e até Agostinho chegou a discutir com Jerônimo sobre erros em sua tradução. As versões usadas na igreja da época eram a LXX e a Antiga Vulgata. Em ambas o livro de 1ª Esdras era um apócrifo, que Jerônimo chamou de 3ª Esdras na sua versão.

Dito em termos simples: Trento não reiterou coisa nenhuma. Ele retirou um livro considerado canônico nos concílios de Hipona e de Cartago, sem mais nem menos. Portanto, nenhum católico honesto pode usar estes dois concílios como base para o argumento de que Lutero retirou livros da Bíblia. Se retirar livros aprovados pelos concílios de Hipona e Cartago equivale a “mutilar a Bíblia”, então a Igreja Romana também mutilou a Bíblia, já que ela considera apócrifo o livro de 3ª Esdras (da Vulgata de Jerônimo), aprovado nos concílios de Hipona e Cartago sob o nome de 1ª Esdras. Mais uma vez, para o lixo este argumento.

Mas vamos além: mesmo se os livros ditos canônicos em Hipona e Cartago fossem rigorosamente os mesmos ditos canônicos em Trento, o que isso prova? Que a Igreja antiga como um todo cria que estes livros fossem mesmo canônicos por mais de um milênio, até que chegou o malvadão Lutero e mutilou a Bíblia? É claro que não. O que o catoleigo não vai avisar você é que esses dois concílios citados não eram concílios ecumênicos (universais), mas meramente regionais, no norte da África, que valiam apenas para aquelas regiões, e não para toda a Igreja universal (católica).

Eram como o Concílio de Laodiceia (350), anterior a estes dois, que colocou de fora praticamente todos os apócrifos católicos (veja aqui). Sua validade nem de longe era universal, senão apenas na cabeça do papista. É por isso que mesmo nos séculos que se seguiram ao concílio de Hipona e ao de Cartago os livros apócrifos eram em geral rejeitados no cânon da Igreja da época, principalmente porque eles consideravam o cânon de Jerônimo algo de muito mais autoridade do que dois concílios locais no norte da África. Como vimos, Jerônimo rejeitou vigorosamente a canonicidade dos apócrifos. Nos prefácios destes livros na Vulgata, ele escreveu:

"E assim da mesma maneira pela qual a igreja lê Judite, Tobias e Macabeus (no culto público) mas não os recebe entre as Escrituras canônicas, assim também sejam estes dois livros [Sabedoria e Eclesiástico] úteis para a edificação do povo, mas não para estabelecer as doutrinas da Igreja"[3]

"Este prólogo, como vanguarda (principium) com capacete das Escrituras, pode ser aplicado a todos os livros que traduzimos do hebraico para o latim, de forma que nós podemos garantir que o que não é encontrado em nossa lista deve ser colocado entre os escritos apócrifos. Portanto, a sabedoria comumente chamada de Salomão, o livro de Jesus, filho de Siraque [Eclesiástico], e Judite e Tobias e o Pastor [supõe-se que seja o Pastor de Hermas], não fazem parte do cânon. O primeiro livro dos Macabeus eu não encontrei em hebraico, o segundo é grego, como pode ser provado de seu próprio estilo"[4]

"Para os católicos, os apócrifos são certos livros antigos, semelhantes a livros bíblicos, quer do N.T, quer do V.T, o mais das vezes atribuídos a personagens bíblicos, mas não inspirados, como os livros canônicos, e nem escritos por pessoas fidedignas nem de doutrina segura"[5]

“Que [Paula] evite todos os escritos apócrifos, e se ela for levada a lê-los não pela verdade das doutrinas que contêm mas por respeito aos milagres contidos neles, que ela entenda que não são escritos por aqueles a quem são atribuídos, que muitos elementos defeituosos se introduziram neles, e que requer uma perícia infinita achar ouro no meio da sujeira”[6]

Seguindo o “cânon de Jerônimo”, que rejeitava todos os apócrifos e concebia o cânon judaico/protestante, os Pais e doutores da Igreja após Jerônimo (assim como muitos antes dele) rejeitaram todos os apócrifos adicionados em Trento. Como as citações dos Pais eu já passei amplamente neste e neste artigo, eu só passarei aqui as citações dos teólogos de época posterior.


• Radulfo Flavicêncio (Séc. XII)

“Nas Sagradas Escrituras, há quatro tipos de discurso: histórico, profético, proverbial e simples. História está relatando fatos passados, como nos cinco livros de Moisés. Nisto, apesar dos temas a respeito dos quais são escritos estarem cheios de figuras, não obstante o legislador declara estas coisas serem ordenadas pelo Senhor, ou cumpridas por ele mesmo ou seu povo. Da mesma forma, os livros de Josué, Juízes, Rute, Reis, Crônicas, Esdras, Ester, os quatro Evangelhos e os Atos dos Apóstolos pertencem à história sagrada. De Tobias, Judite e Macabeus, apesar deles serem lidos para a instrução da Igreja, no entanto não possuem completa autoridade[7]


• Hugo de São Vítor (1096-1141)

“Agora é apropriado mostrar em quais livros aquilo que é reconhecido no nome do julgamento divino ser Escrituras. Há dois Testamentos que incluem todas as divinas Escrituras em um corpo: O Velho e o Novo. Ambos estão divididos em três ordens. O Velho Testamento contém a Lei, os Profetas e os Hagiógrafos, que interpretado significa ou os escritores sagrados ou as coisas sagradas escritas. Há cinco volumes na Lei: que é Gênesis, Êxodo, Levítico, Número e Deuteronômio. Gênesis é assim chamado de geração, Êxodo vem de 'exit' - sair – Levítico vem de Levitas, o livro dos Números, porque nele os filhos de Israel foram numerados, Deuteronômio com base na Lei, e em hebraico, 'bresith', 'hellesmoth', 'vagetra', 'vegedaber', 'adabarim'. Há oito volumes na ordem dos Profetas. O primeiro no livro de Josué, que é também chamado Jesu Nave e Josue Bennun, que é filho de Nun; o segundo o livro dos Juízes, que é chamado Sophthim, o terceiro o livro de Samuel, que é o primeiro e segundo livro dos Reis, o quarto é Malaquias, que é entendido como o dos Reis, que é o terceiro e quarto dos Reis; o quinto é Isaías, o sexto Jeremias; o sétimo Ezequiel; o oitavo o livro dos doze profetas, que é chamado de 'thareasra'. Eles são chamados de proféticos porque eles são ‘dos profetas’, contudo, nem todos são profecias. Um profeta é assim chamado com relação a três coisas: o ofício, a graça e a missão. A palavra é também frequentemente encontrada em uso comum para indicar profetas que são profetas tanto em relação ao ofício do profeta ou em relação a ter sido claramente enviado como profeta, como no caso aqui. De acordo com esta definição, Davi e Daniel e vários outros não são ditos profetas, mas hagiógrafos. Há nove volumes na ordem dos Hagiógrafos: primeiro Jó, segundo o livro dos Salmos, terceiro os Provérbios de Salomão, que é chamado 'Parabolae' em grego e 'Masloth' em hebraico, o quarto Eclesiastes que é traduzido como 'coeleth' em hebraico e 'concionator' [lit.: o conferencista do povo, palestrante] em latim; o quinto, 'syra syrim', que é o Cântico dos cânticos; o sexto Daniel, o sétimo Paralipomenon, que em latim é chamado as Palavras dos Dias e em hebraico é chamado 'dabreniamin'; o oitavo é Esdras e o nono Ester. Estes são todos, que são cinco e oito e nove, fazendo vinte e dois, assim como o número das letras no alfabeto hebraico, assim que a vida do justo possa ser instruída no caminho da salvação por tantos livros quanto as letras educam as línguas do inteligente em eloquência. Há alguns outros livros além destes no Velho Testamento, que são algumas vezes lidos, mas eles não estão inscritos no corpo do texto ou no cânon autorizado, tais quais os livros de Tobias, Judite, e os Macabeus, e um chamado a Sabedoria de Salomão e Eclesiástico[8]

“A primeira subseção do Velho Testamento é a lei, que os hebreus chamam de thorath, contém o Pentateuco, que são os cinco livros de Moisés. Nesta subseção o primeiro é Beresith, que é Gênesis; segundo Hellesmoth, que é Êxodo; terceiro é Vagethra, que é Levítico; quarto Vagedaber, que é Números; quinto Elleaddaberim, que é Deuteronômio. A segunda subseção é a dos profetas e contém oito textos. O primeiro é Bennum, que é, Filho de Nun, que é chamado de Josué e Jesus e Jesus Nave.O Segundo é Sathim, que são os Juízes; terceiro Samuel, que é primeira e segunda Reis; quarto Malaquias, que é terceira e quarta Reis; quinto Isaías; sexto Jeremias; sétimo Ezequiel; oitavo Thereasra, que são os doze profetas. A terceira subseção tem nove livros. Primeiro é Jó, segundo Davi, terceiro Masloth, que em grego é Parabolae mas em latim é Provérios, isto é de Salomão; quarto Coeleth, que é Eclesiastes; quinto Sirasirim, que é o Cântico dos cânticos; sexto Daniel, sétimo Dabreiamin, que são as Crônicas; oitavo Esdras; nono Ester. Todos eles se somam vinte e dois. Além disto, há alguns outros livros, tais quais a Sabedoria de Salomão, o livro de Jesus filho de Siraque, e o livro de Judite, Tobias e o livro dos Macabeus que são lidos mas não são considerados no cânon. A estes vinte e dois livros do Velho Testamento (...) Então os escritos dos santos pais, que são Jerônimo, Agostinho, Ambrósio, Gregório, Isidório, Orígenes, Beda e os outros doutores, que são incontáveis. Estes escritos patrísticos não são contados no texto das Santas Escrituras, assim como no Velho Testamento, como temos dito, há certos escritos que não estão inscritos no cânon e ainda são lidos, como a Sabedoria de Salomão, etc. E assim o texto das Sagradas Escrituras, como um corpo inteiro, é principalmente contido em trinta livros, vinte e dois destes são reunidos no Velho e oito no Novo Testamento”[9]


• João de Salisbury (Séc. XII)

“E assim eu fico feliz de tomar para você as questões propostas, e respondê-las, com permissão feita para minhas presentes oportunidades e tarefas urgentes, não como eu deveria, mas tão bom quanto eu puder por enquanto. As questões foram: qual você acredita ser o número dos livros do Velho e Novo Testamento, e quem são seus autores... Sobre o número dos livros eu me encontrei lendo diversas e numerosas opiniões dadas pelos pais; e assim eu sigo Jerônimo, professor da Igreja Católica, de quem eu mantenho ser a testemunha mais segura em estabelecer a base da interpretação literal. Assim como é aceito que há vinte e duas letras no alfabeto hebraico, assim acredito sem sombra de dúvidas que há vinte e dois livros no Velho Testamento, divididos em três categorias[10]


• Antonino (Séc. XV)

“Os judeus,... de acordo com Jerônimo em seu prólogo Galeatus... criaram quatro divisões dos livros do Velho Testamento. A primeira eles chamam de Lei... a segunda de Profetas,... a terceira de Hagiografia,... a quarta (que os judeus não colocam no cânon das Escrituras Sagradas mas chamam de apócrifos) eles fazem com os outros cinco livros, a saber, Sabedoria, Eclesiástico, Judite, Tobias e Macabeus, que é dividido em dois livros; a respeito destes cinco livros Jerônimo diz em seu prólogo a Judite, que sua autoridade é julgada menos que apropriada para fortalecer aquelas coisas que vierem em disputa... E Tomás diz a mesma coisa na Secunda secundae, e Nicolas de Lyra em Tobias, a saber, que eles não possuem tal autoridade, que não se pode ser argumentado de suas palavras o que pertence à fé, como outros livros das Escrituras Sagradas. Daí, talvez, eles possuem tanta autoridade quanto as palavras dos sagrados Doutores aprovados pela Igreja[11]

Eu tenho muitas outras citações aqui de dezenas de outros teólogos que escreveram após os concílios de Hipona e Cartago e antes de Lutero, incluindo de Beda, Agobardo de Lion, Alcuin, Walafrid Strabo, Haymo de Halberstadt, Ambrósio de Antuérpia, Ricardo de São Vítor, Pedro Celêncio, Rupert de Deutz, Honório de Autun, Alonso Tostado, cardeal Ximenes e da Glossa Ordinária, todos rejeitando os livros apócrifos antes de Lutero, mas decidi não transcrever todos aqui para não tornar este artigo demasiadamente extenso. O que foi aqui elencado já é mais que suficiente para esmagar a calúnia de que “Lutero retirou livros da Bíblia”. 

Se grande parte dos teólogos católicos que viveram antes de Lutero não considerava os sete livros canônicos, mas os colocavam na parte de livros “eclesiásticos” ou “apócrifos”, então a acusação católica contra Lutero não passa de puro desespero de quem realmente não tem argumento nenhum, exceto a calúnia. Lutero apenas repetiu aquilo que a esmagadora maioria dos teólogos católicos admitia antes de Trento, quando os papistas precisaram acrescentar ao cânon os livros que fossem necessários para atacar os princípios da Reforma.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Por Cristo e por Seu Reino,


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[3] Prefácio dos Livros de Salomão.
[4] Prologus Galeatus.
[5] Introdução Geral a Vulgata Latina, p. 9.
[6] Epístola 107:12 - Nicene and Post-Nicene Fathers, 2nd Series, vol. 6, p. 194.
[7] Radulfo Falvicêncio, Comentário em Levítico, Prefácio ao livro XIV.
[8] Hugo de São Vítor, De sacramentis. Prólogo, Cap. VII.
[9] Hugo de São. Vítor, De Scripturis et Scriptoribus Sacris Praenotatiunculae, Cap. VI, De ordine, numero et auctoritate librorum sacrae Scripturae.
[10] Letters of John of Salisbury, W.J. Millor S.J. e C.N.L. Brooke, editores - Oxford: Clarendon, 1979 -, Carta 209, páginas 317, 319, 321, 323, 325.
[11] Sancti Antonini, Archiepiscopi Florentini, Summa Theologica, In Quattuor Partes Distributa, Pars Tertia, Tit xviii, Cap vi, Sect 2, De Dilatatione Praedicationis, Col 1043-1044.

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